Rio de Janeiro é a primeira cidade do país a receber delegação do W20 Brasil
March 26, 2024 4:41 pm EDT
Grupo do G20 focado em equidade de gênero e empoderamento econômico das mulheres discutiu sobre empreendedorismo; próximo encontro será em Brasília a respeito de violência de gênero
Foi dada a largada para a série de diálogos nacionais do W20, grupo de engajamento do G20 focado em promover a equidade de gênero e o empoderamento econômico das mulheres. O primeiro encontro aconteceu nesta segunda-feira, dia 25 de março, na Casa Firjan, Rio de Janeiro. Com a participação de mulheres do setor público e privado, o evento trouxe reflexões sobre desafios e práticas do empreendedorismo feminino nesses dois setores. Além disso, também foi apresentada a agenda de trabalho para 2024.
“Ao todo, serão realizados cinco diálogos, um em cada região do país. O próximo será em abril, em Brasília, sobre violência de gênero”, afirmou Adriana Carvalho, líder da delegação do W20 Brasil. Os outros temas que estarão na agenda temática do W20 são: mulheres em STEM, economia do cuidado e justiça climática.
A Organon, empresa global em saúde feminina, é uma das patrocinadoras oficiais do W20 Brasil. Para representar a companhia, esteve presente no evento a diretora de Relações Institucionais da farmacêutica, Tássia Ginciene. “O nosso propósito é promover um dia a dia mais saudável para todas as mulheres. A gente acredita que mulheres saudáveis são a base de uma sociedade próspera. Como empresa, a gente apoia a remoção das barreiras de equidade de gênero e a gente tem o compromisso de avançar com essa pauta dentro e fora da Organon”, disse a diretora, complementando que acelerar o processo de equidade requer uma abordagem super inclusiva, onde nenhuma mulher pode ficar para trás.
A executiva apresentou dados levantados pelo Instituto Rede Mulher Empreendedora (IRME), em 2022, que apontam que 46% das mulheres empreenderam por necessidade ou por oportunidade. A diferença que há nesses dois recortes é a classe social. “Estamos aqui para ter ações propositivas e reduzir essas barreiras. Grande parte das mulheres são únicas em seu negócio. Ou seja, se elas adoecem não conseguem ter sua renda. Sem saúde, como fazer o negócio prosperar?”, questiona.
O primeiro painel contou com a participação de empreendedoras sociais para debater sobre empreendedorismo na vida real. Sabine Zink, co-fundadora e CEO da startup social SAS Brasil, que recebe o apoio da Organon em um de seus projetos, foi uma das convidadas. Em sua fala, Sabine relembrou de onde veio a inspiração para criar a SAS, que surgiu da vontade de viajar o sertão do Brasil levando atendimento médico de qualidade para comunidades vulneráveis. “A primeira cidade que pisei no sertão aprendi que não dá para ‘‘desver”. Uma vez que você conhece nesses lugares a realidade do acesso a saúde, principalmente o focado em mulheres, não dá para deixar de agir. É o que a gente vem fazendo há 11 anos”, contou.
Para se tornar sustentável, desde 2021, a SAS tem estruturado um negócio híbrido de atuação. “Temos um braço sem fins lucrativos, mas também um negócio de impacto, que vende soluções e inovação em saúde digital. E cada vez que a gente faz negócio deste lado, traz receita para o outro lado”, explicou Sabine. A SAS atualmente emprega 50 pessoas.
Além de Tássia e Sabine, o encontro contou com apresentações de delegadas do W20 Brasil, Adriana Carvalho, Janaina Gama e Maria Rita Spina Bueno e, debatendo nos painéis, nomes como: Carla Pinheiros, diretora da Firjan e Presidente do Conselho de Mulheres; Erika Zoeller, Head de Diversidade, Equidade e Inclusão da Engie; Joyce Trindade, secretária municipal de Mulheres; e Marcele Porto, coordenadora do Conselho Estadual de Empreendedorismo Feminino.
Cenário internacional
Os debates do W20 também estão acontecendo em âmbito internacional. No dia 13 de março, foi realizado em Nova York o painel “Igualdade de Gênero, o Gap na Saúde da Mulher e a Economia do Cuidado: A Voz do W20 Brasil no G20 2024”. O evento, organizado pelo W20 Brasil, Organon e BCIU, sublinhou a interligação entre a igualdade de gênero, a saúde das mulheres e a economia dos cuidados, enfatizando a necessidade urgente de abordagens abrangentes e interseccionais para debater as desigualdades sistêmicas.
Principais palestrantes e participantes do painel incluíram: Rachel Vogelstein, diretora adjunta do Conselho de Política de Gênero da Casa Branca dos EUA; Ísis Táboas, coordenadora do Grupo de Trabalho do G20 sobre Empoderamento das Mulheres e chefe do Escritório Internacional da Mulher do Ministério da Mulher do Brasil; Adriana Carvalho, chefe da delegação do W20 Brasil; Elvira Marasco, co-fundadora da delegação Italiana do W20; Janaina Gama, co-chefe da delegação do W20 Brasil; Hyeshin Park, coordenadora do Programa de Gênero, Centro de Desenvolvimento da OCDE; Maria Rosa Cutillo, chefe de Parcerias Estratégicas, UNFPA; Monica He, diretora executiva de Política Internacional e Assuntos Governamentais, Organon. A primeira-dama do Brasil, Janja Lula da Silva, também esteve presente.
No cenário global, a presidência do Brasil no G20, assumida em 2024, desempenha um papel fundamental no avanço da equidade de gênero entre os países do G20. O Empoderamento das Mulheres faz parte da Trilha do Governo e da Trilha de Engajamento Independente do Grupo, conhecido como G20 Social.
Todos os trabalhos do W20 Brasil têm como objetivo final recomendar políticas e compromissos às lideranças que compõem o G20. As recomendações serão sintetizadas no Communiqué, documento que será entregue pela presidência do W20 Brasil à presidência brasileira do G20 durante Cúpula Social, no mês de novembro, no Rio de Janeiro.
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